terça-feira, 7 de setembro de 2010

IDENTIDADE…ou falta dela

Recentemente, mais ou menos por acaso, encontrei num determinado site, um conjunto de fotografias recentes de Viana do Alentejo, acompanhadas de um texto assinado por Isabel Joyce, que passo a transcrever:

“É uma das vilas mais airosas do Alto Alentejo, onde as suas fontes naturais têm permitido abastecer abundantemente de água as planícies secas da região desde o tempo dos romanos.
Esta abundância de água transforma os campos em redor da vila em hortas e quintas e enche as ruas de Viana do Alentejo de chafarizes: um dos mais interessantes é o belo chafariz de mármore embutido numa das esquinas da antiga Câmara Municipal.
O castelo da vila, iniciado em 1313, possui curiosas torres cilíndricas, de influência árabe, e foi remodelado no século XV.
A vizinha Igreja Matriz, do século XVI, mais parece uma fortaleza com as suas ameias e pináculos, e exibe um esplêndido portal manuelino, primorosamente trabalhado, e um interior imponente de três naves.
Não longe da vila, a enorme igreja e santuário de Nossa Senhora de Aires, erguendo-se numa bela planície, atrai peregrinos desde 1743, e as paredes interiores estão totalmente revestidas de ex-votos, cuja humildade contrasta com o rico dossel dourado do coro: isto faz que seja uma espécie de «museu» vivo de arte popular, e as festas em honra de Nossa Senhora de Aires, celebradas em Setembro e que incluem uma feira de três dias, são igualmente coloridas, com danças, cantares e uma típica tourada à vara larga.(…)”
Esta região de planícies do Alto Alentejo serve de abrigo à abetarda, uma das aves mais corpulentas da fauna nacional.”

Certamente que já há muito tempo que a srª Joyce não passa por Viana, porque da abundância de água, das quintas e hortas em redor da vila com os seus vistosos laranjais, do mármore, ou até mesmo, acrescento eu, da Fratejo (Fábrica de Rações do Alentejo)…pouco ou nada resta.

Sobram o Castelo, o santuário de Nª Srª d’Aires, os chafarizes, alguma olaria e duas unidades metalúrgicas…
A incúria ou a falta de visão estratégica, levaram a que as casas e as ruas se descaracterizassem, e aquele cunho próprio que poderia fazer da vila um importante chamariz turístico perdeu-se por completo, transformando-a na banalidade que todos podemos observar e sentir.

O Castelo fechou-se sobre si próprio, embora continue sem perceber quem virou as costas a quem, se a população, se o próprio Castelo(?). É inconcebível que a pretexto de umas quaisquer obras, permaneça encerrado meses e meses a fio, atravessando toda a Primavera e Verão!

O Santuário, por sua vez, continua entregue a si próprio… Não anda, nem desanda. Vai sobrevivendo (o que já não é nada mau)!

Quanto à abetarda, estamos falados, dão-se alvíssaras a quem a encontrar…

4 comentários:

  1. Eu tenho visto algumas lá para os lados da brito camacho... abetardas claro.

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  2. Tambem por lá há umas rolas jeitosas, mas abetardas é o que por lá não falta.

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  3. Com o teu contributo e da nossa nova equipa Camarária vamos nas nossas hortas cultivar frescos, vamos meter em funcionamento as nossas pedreiras, vamos reedificar a Fratejo, vamos arranjar o Santuário da Nossa Sra D Áires. Vamos provar que somos melhores que os outros criando postos de trabalho, iniciativas empregadores, apoiar empresas e porque não incentivar a criação de uma fábrica de Pirolitos com a patente de Viana ? Não devemos é encostarmo-nos á Camara e receber sem fazer nada, encostarmo-nos ás Culturas só para sacar e sermos obedientes servos do Partido Socialista para sobrevivermos no nosso bom burguesismo sem bulir.
    Mãos á obra porque Viana agradece

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  4. Pela minha parte, faço o que posso (é pouco, eu sei)! Limitei-me a fazer o (meu) diagnóstico da situação actual de Viana. Se não gostaste, paciência! É assim que eu vejo Viana nos dias de hoje. Agora não me peças para recuperar aquilo que se perdeu nos últimos anos, que o dom de fazer milagres, não o tenho. Com a herança que aí ficou, vão ser necessários pelo menos 32 anos.
    O futuro é o reflexo do passado (ou será ao contrário?).
    Obrigado pelo comentário, ainda assim.

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