segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

NATHAN SANTOS - começou a pintar aos 4 anos de idade...

Exposição em Lisboa divulga obras de artista mirim de Florianópolis
Com apenas 11 anos, Nathan Santos mostra as suas obras em Portugal, numa exposição na Casa do Alentejo, em Lisboa, com apoio da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC)
Aos quatro anos de idade, Nathan Santos realizou a primeira exposição individual e não parou mais de produzir 

Quem visita o ateliê de Nathan Santos, na Fazenda do Rio Tavares, no Sul da Ilha de Santa Catarina, fica encantado com o talento do artista que há sete anos transporta para as telas figuras reais e imaginárias com um colorido especial. A surpresa é ainda maior diante da constatação de que o pintor, que já encara sua segunda mostra internacional, tem apenas 11 anos de idade.  Em Portugal, o jovem catarinense inaugurou no passado dia 3 de Janeiro a exposição ‘Colorindo o Inverno em Lisboa’, que fica aberta ao público até 18 do mesmo mês, no Palácio de Alverca, numa promoção da Casa do Alentejo com patrocínio da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC).

A mostra contempla 18 telas de diferentes tamanhos, pintadas com tinta acrílica, abordando imagens figurativas de animais domésticos e pessoas, além de cenas ligadas à cultura local como o boi de mamão catarinense. Apesar da aparente ingenuidade, a obra de Nathan Santos revela também sensibilidade com questões sociais como o preconceito e o racismo sob o olhar de uma criança. “Às vezes eu imagino o que eu pinto. Outras vezes eu coloco na tela aquilo que vejo e o que sinto”, explica o jovem pintor.

Talento precoce

Filho da artista plástica Regina Santos da Silveira, Nathan descobriu a paixão pelas artes visuais observando os quadros que a mãe produzia quando ministrava aulas de pintura. Crescendo no meio de tintas e pincéis, não foi difícil para o garoto escolher um presente de aniversário ao completar quatro anos de idade. “Ele disse que queria ganhar uma tela bem grande. Eu dei uma das minhas pensando que ele só iria rabiscar, e depois eu reaproveitaria nas aulas. Mas, para minha surpresa, ele desenhou sem dificuldade e depois pediu para pintar”, lembra Regina Silveira.

Com a obra, intitulada ‘Eu e Meu Pai’ – representando a relação afectiva do próprio artista com o pai, o bombeiro Aurino Sabino Silveira Filho – a carreira deslaçou. A primeira exposição aconteceu ainda aos quatro anos, no Bar do Arante, em Florianópolis, e logo foi seguida de muitas outras. Nesses sete anos de carreira já são quase 200 quadros pintados, alguns adquiridos por coleccionadores em exposições pelo Brasil e no Exterior.

Em 2005, numa mostra colectiva na Galeria Café Com Arte, de Porto Alegre (RS), surgiu o convite para a primeira exposição internacional. Junto com outros artistas brasileiros, Nathan Santos participou do evento ‘Brasil Mostra a Tua Cara’, em Havana, Cuba, onde protagonizou uma cena incomum. Um artista cubano duvidou que o menino, então com sete anos, fosse o autor das duas telas expostas. Desafiado, o garoto pegou um pedaço de papel onde fez um desenho a lápis e, depois de pronto, deu-o de presente ao incrédulo observador, que foi às lágrimas ao ver aquele talento precoce.

Futuro promissor

Para o artista plástico Maurilo Roberge, embora ainda não possua um estilo definido, a obra de Nathan Santos tem consistência. “Ela é criativa, espontânea e alegre. Mesmo trabalhando com uma diversidade de temas e com releituras de outros artistas, dá para perceber que ele consegue se relacionar com as cores de forma muito harmoniosa. Ele é talentoso”, comenta Roberge.

Diante de tamanha habilidade com as telas não há quem não se emocione. Em 2009, uma cliente do ateliê deu a Nathan uma viagem de dez dias a Paris, na França, para que ele tivesse oportunidade de visitar museus e galerias de arte, e assim ampliar conhecimentos. Outra visitante, de origem portuguesa, encantada com as obras do pintor mirim, passou a divulgar o trabalho dele para entidades de Portugal. Não demorou muito e veio o convite para o catarinense fazer a segunda exposição internacional da carreira, dessa vez, no Palácio de Alverca, sede da Associação Casa do Alentejo, em Lisboa.

Com a venda dos quadros que pinta, Nathan está investindo nos estudos. Trocou a escola pública por uma instituição particular e ajuda os pais sempre que pode. Sua próxima meta é fazer um curso de inglês para facilitar o contacto com as pessoas em outras viagens que ainda pretende fazer pelo mundo. “Espero conhecer muitos museus e, se possível, continuar vendendo meus quadros. É uma arte alegre e colorida. Eu pinto para que as pessoas fiquem felizes”, confidencia o pequeno artista de Florianópolis.

Exposição ‘Colorindo o Inverno em Lisboa’
Mostra Internacional de Nathan Santos

4 a 18 de janeiro

Palácio de Alverca / Casa do Alentejo
Lisboa - Portugal
www.casadoalentejo.pt

Obra 'Folclore' já ilustrou um cartão telefônico de Florianópolis
Arte de Nathan Santos revela preocupação com questões sociais como  mostra a obra 'O Racismo' (2010)
'Galo Portuga' é uma homenagem à cultura do país que acolhe a exposição do artista
'O Grito' é uma releitura da obra internacional de Edvard Munch, na visão do jovem artista catarinense

1 comentário: