sábado, 12 de março de 2011

90 ANOS

De quem completa 90 anos de vida pouco ou nada há a esperar. Sobretudo quando nada mais resta do que as memórias dos tempos idos, altura em que gente perseverante e abnegada, lutava em condições duras e extremamente difíceis por valores como a dignidade ou a liberdade, mesmo que isso significasse prescindir da própria vida, em benefício do colectivo. Hoje, com 90 anos, o PCP é uma caricatura desses tempos. Retraiu-se, fechou-se em si próprio e não soube adaptar-se aos tempos modernos. Comporta-se como uma sociedade secreta, como um grupelho na clandestinidade em que tudo é feito às escondidas. Comemorar 90 anos de vida devia ser motivo de festa e de alegria, e não uma simples manifestação tímida e envergonhada. Desta vez não haverá "cabeçudos"!
Invocar a ideologia quando na prática, na vida real, se faz precisamente o contrário, não é seguramente a ajuda que “os que mais precisam” necessitam. Quem coloca os seus próprios interesses em primeiríssimo plano, não fará nunca um partido revolucionário. Considerar-se o único e exclusivo merecedor dos direitos inerentes ao exercício de funções políticas, não é uma posição séria e honesta. Há pessoas que pelo seu percurso de vida, deviam ser mais comedidas nas afirmações que proferem. Considerar os “rapazolas assalariados do poder local socialista” muito piores que os “rapazotes que constroem a sua vidinha à custa do partido dos trabalhadores”, é um exercício que não fica bem a quem o profere (sobretudo vindo de quem vem). Afinal de contas, todos merecem uma oportunidade (tal como aqueles que um dia foram bafejados pela sorte, ainda que haja que lhes reconhecer mérito por terem sabido agarrar a benesse). E não é necessário ser um GRANDE intelectual para o perceber.
Lamento afirmá-lo, mas o PCP está mesmo velho e caduco, restando-lhe apenas lutar…pela sobrevivência. Decididamente não será este “cadáver” que fará um mundo melhor!
Ainda assim, sobretudo pelo passado (longínquo), parabéns PCP!

1 comentário:

  1. Um dia neste nosso portugal pequenino as pessoas terão acesso à informação, saberão ler e poderão construir raciocínios lógicos, nesse dia, não haverá razão para comemorar aniversários de ideologias macabras, tal como não há hoje na nossa sociedade a comemoração da morte do Salazar.

    Boa crónica, vai directo ao coração.

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